Segurança Social não deve pagar<br>o «pacote anti-crise»

A CGTP-IN reagiu «com preocupação» a medidas inseridas no «pacote anti-crise», aprovado pelo Governo. Em conferência de imprensa, no dia 26, a central salientou que «não é aceitável pretender-se atacar a crise debilitando a Segurança Social» e criticou o «evidente contraste entre a generosidade, que nalguns casos é escandalosa, de apoios às empresas, e a austeridade quando estão em causa os apoios a desempregados».
Da «Iniciativa para o investimento e o emprego», divulgada pelo Governo dia 13, sobressai a redução, em três por cento, da taxa social única a cargo do empregador, em micro e pequenas empresas, para trabalhadores com mais de 45 anos. Segundo as contas do Governo, são abrangidos mais de meio milhão de funcionários. As empresas beneficiam ainda da diminuição de um por cento, na contratação de pessoal com vínculo efectivo, a qual não será compensada pelo aumento da taxa relativamente aos contratos a prazo.
Recorda a central que o Governo invocou a sustentabilidade da Segurança Social para reduzir as pensões e, também a pretexto de dificuldades financeiras, não têm sido feitas transferências para o Fundo de Estabilização da Segurança Social.
É «particularmente grave que, em nome da resposta à crise económica, se reduzam os meios da Segurança Social», citando a CGTP-IN notícias que apontam para perdas de receitas superiores a 200 milhões de euros. E, ainda que o Orçamento de Estado cubra metade das perdas resultantes do «pacote anti-crise», as quebras são elevadas. Na base dos números do Governo, o custo de quatro medidas chega aos 225 milhões, em 2009, mas pode ser de mais um terço deste valor, caso se confirme uma duração média de dois anos e meio para as isenções na contratação de jovens e de desempregados de longa duração (a isenção poderá ir até aos três anos).
Reafirmando que «é frontalmente contrária a manipulações na taxa social única, para fins de emprego», a Inter defende que «os apoios, quando socialmente justificados, devem provir directamente do Orçamento de Estado». Sendo assim, reclama a central, «o Governo deve modificar o financiamento destas medidas ou, não o fazendo, deve proceder à transferência integral das verbas necessárias do Orçamento de Estado» para a Segurança Social.
Na mesma conferência de imprensa, a CGTP-IN avançou com uma série de medidas para combate à crise económica e para resolução de conflitos colectivos de trabalho.


Mais artigos de: Trabalhadores

Insuficiente e injusta

A actualização anual do valor das pensões e outras prestações da Segurança Social, que entra amanhã em vigor, é «manifestamente insuficiente», afirma a CGTP-IN, que reafirma a exigência de alteração dos critérios para este aumento.

Deputados devem ir mais longe

A inconstitucionalidade do período experimental de seis meses faz o Código do Trabalho regressar ao parlamento, permitindo que sejam analisados outros graves conteúdos da revisão impulsionada pelo Governo e aprovada pelo PS.

A Fenprof apela à unidade

Para que a serenidade regresse às escolas, o Governo deve calendarizar a revisão do Estatuto da Carreira Docente na reunião de 5 de Janeiro com os sindicatos, ou deparará com outra greve nacional de professores, no dia 19.

Em greve

Voltam a paralisar, hoje, os trabalhadores da Soflusa, da Vedior e da limpeza urbana do Porto.Na Câmara Municipal portuense, os trabalhadores e o STAL/CGTP-IN protestam contra a intenção do executivo de Rui Rio de privatizar serviços e transferir para as empresas quase três centenas de funcionários, sem o acordo destes....

Pelo aumento dos salários

«O aumento dos salários é indispensável, devendo ter-se como referências principais o aumento do custo de vida, a produtividade, a fixação do salário mínimo nacional em 450 euros (5,6 por cento), sendo necessário prosseguir a aproximação do salário mínimo ao salário médio, e a actualização salarial na Administração...

Repudiar uma perseguição

Com «repúdio e indignação» reagiu, dia 22, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, na Figueira da Foz, à «perseguição movida a alguns trabalhadores» pela Câmara Municipal que repreendeu, por escrito, e aconselhou um trabalhador e dirigente do STAL/CGTP-IN a meter baixa médica, por ter faltado ao...